PROTECIONISMO

Por Suzana Naiditch
EXAME Atual vice-presidente de programas internacionais do Cato Institute, localizado em Washington, nos Estados Unidos, o cientista político Tom Palmer é uma das mais respeitadas vozes do mundo a respeito do fenômeno da globalização.
1 - O que a globalização e o protecionismo têm a ver com o equilíbrio político entre as nações?O melhor propulsor de paz entre as nações é a liberdade econômica. Os horrores do século 20 estão fortemente conectados ao protecionismo. Ele coloca os países uns contra os outros e substitui a amizade e o comércio por hostilidade e guerra. Já a globalização reforça o estado de direito e a democracia.
2 - Por que o maior grau de abertura da China ao comércio mundial ainda não trouxe democracia ao país?O país vem se transformando rapidamente. E é a abertura para o mundo que está mudando a cena política e social da China. Lembre-se de que, há poucas décadas, foram mortas milhões de pessoas na chamada Grande Marcha — e o resto do mundo mal notou. Agora, a comunidade internacional está profundamente preocupada com questões como a repressão ao Tibete e os direitos trabalhistas dos operários chineses.
3 - Na atual campanha eleitoral americana, o candidato democrata, Barack Obama, já declarou que é a favor da manutenção de algumas barreiras agrícolas. Isso não é um retrocesso na era da globalização?Por causa da insistência em manter políticas protecionistas para os produtos agrícolas, o governo americano e a União Européia têm sido, nos últimos anos, os principais obstáculos para a promoção de relações econômicas mundiais mais pacíficas. Com isso, eles prejudicam seus próprios consumidores, que acabam pagando mais caro pelos produtos, e negam os benefícios do livre comércio às pessoas de outros países.
4 - Qual o maior benefício do livre comércio?Nações que adotaram o livre comércio tiveram aumentos na renda per capita, na expectativa de vida, na educação, na saúde. A liberdade para o comércio é o caminho para a prosperidade.
5 - Muitos analistas dizem que a globalização não leva necessariamente à prosperidade, pois faz com que o capital migre para onde a mão-de-obra é mais barata. Isso não é verdade?Se fosse verdade, os países pobres da África estariam abarrotados de investimento estrangeiro. As boas leis são ferramentas mais eficientes para atrair o capital do que a mão-de-obra barata.
6 - Outra crítica freqüente que se faz à globalização é que as fronteiras nacionais ainda são muito importantes para os negócios. O que o senhor acha dessa visão?A lei da gravidade funciona do mesmo jeito no Brasil ou na Argentina. As regras de economia também. Não há fundamentalmente nada de especial no comércio internacional que o diferencie economicamente do comércio através de fronteiras estaduais dentro do Brasil ou através de uma rua. Por isso, as fronteiras são irrelevantes para o comércio, exceto quando as decisões políticas as tornam relevantes.
7 - O senhor acha que o processo de globalização não merece nenhuma crítica?Se globalização significa destruir obstáculos políticos para que as pessoas possam cooperar e comercializar livremente, então eu só posso ser incondicionalmente a favor dessa força.

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